4 de novembro de 2016
#1: Onde muito se fala sobre o blog que já não é
Olá, há quanto tempo, não?
“Palavras podem ser iguais a raio-X; se usadas apropriadamente podem atravessar qualquer coisa. Você lê e é perfurado.”
(Aldous Huxley, Admirável Novo Mundo)
Quando comecei a escrever este blog, pensava em escrever qualquer coisa, quando quisesse. Uma válvula para quando livros e videogames não eram o suficiente. Nestes 7 anos de blog, não mantive o ritmo em nenhum deles [...] apesar disto, sempre voltava vez outra para reler os posts, lembrar de um tempo que já se passou. Os comentários sempre fizeram-me sentir aquele arco-íris no estômago quando se sente algo divertido pela primeira vez. Apesar das incontáveis leituras realizadas num dia qualquer, sem nada especial. Relia apenas pelas piadas internas, os parênteses e as mil e uma referências estranhas feitas só pra mim, ou talvez só pra você; talvez para alguém em comum, ou alguém que só eu conheça.
Não consigo tirar a cabeça da ideia de escrever. Não consigo tirar a ideia de escrever da cabeça. E nestes sete anos de vai e vem, promessas e recomeços... eu tentei. De fato, escrevia quando os livros e videogames não eram o suficiente. Quando consumir cultura e conhecimento demasiadamente chegavam no ponto de ativar meu memento mori.
Aquela vozinha: "De que adianta eu ver/ler/jogar todas essas séries/filmes/quadrinhos/jogos ? Na sua lápide vai estar escrito: 'Sujeito bacana, indicava umas cousas boas vez outra. Ah, e fazia umas piadas', isso é suficiente? o que seria suficiente? ".
Na fronteira do consumo com a produção, como um rio que transborda: escrevi. E por depender das estações da minha vida, quando pouco consumia, nada transbordava. De fato, as postagens eram sempre feitas no meio do ano, começo ou final, justamente quando eu tinha tempo para consumir.
Sete anos se passaram deste jeito.
Hoje, discuti sobre possíveis nomes para meus futuros pequenos anarquistas de olhinhos puxados com minha (nobre e fofa) futura noiva (eu até escrevi esposa, mas vamos um passo de cada vez, não?) e atual namorada. Os nomes que sugeri eram tachados de "clichê". Eu disse pra ela "Nomes não importam. Não é sobre os nomes que nos são dados, é sobre o nome que fazemos para nós.". Isto me levou a refletir, e que nome é esse que eu fiz para mim?
Voltei.
Voltei como as correntes oceânicas, de fluxo contínuo e direcionado. Aqui para exportar conhecimento e cultura, em cem ou cem mil caracteres: uma piadinha insolente por vez.
Até breve.
"Todos os momentos, passado, presente, e futuro, sempre existiram, sempre vão existir. Só aqui na Terra que um momento segue o outro, como contas numa corda, e uma vez que este momento passa está perdido para sempre."
(Kurt Vonnegut, Matadouro Cinco)
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"Você lê e é perfurado." Porra! Tudo a ver com o meu último post (embora o meu seja mais depressivo)! E, btw, preciso terminar esse livro um dia.
ResponderExcluirEu estou muito feliz de ter lido essa postagem, e acho que nosso último encontro foi um pouco reflexo dele (no sentido de retrospectiva das vidas nesses 7 anos). E também fiquei aqui refletindo sobre os questionamentos de nomes e suficiências...
Muito bom te ver de volta. Voltemos, né? Vou me esforçar pra postar algo ainda esse fds ou, ao menos, tentar colocar pra frente os rascunhos que tenho perdidos por aqui.
:)
Esse aqui é só para não perder o costume :)
ResponderExcluirMarcial, eu tava escrevendo um comentário fuderoso e ai cliquei sem querer em sair e deletou. Mil desculpas. Masss
ResponderExcluirVoltando a produzir em alguns minutos e agora acompanhando todos vocês por estes domínios.
um abraço!
esse botãozinho de sair está realmente localizado de maneira estratégica pras pessoas perderem seus comentários, fale sério!
Excluirinclusive acabei de fazer isso, oh crap kkkk
ExcluirP.S.: já não é, sem jamais ter deixado de ser.
ResponderExcluirThere is no greater agony than bearing an untold story inside you
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